Auto defesa Negra e Stephanie Ribeiro compartilharam a foto de Coletivo Abisogun.
NOTA DE REPÚDIO AO BLACKFACE NA UNIVERSIDADE
O Coletivo Abisogun repudia, por meio desta nota, o episódio racista ocorrido no dia 29 de Abril de 2015 na festa universitária Libertação dos Bixos, promovida pelos centros acadêmicos da UNESP - campus de Araraquara. Propomos uma reflexão sobre o assunto:
Essa festa, que não por acaso acontece próximo à data da abolição da escravatura do Brasil, evidencia de maneira gritante as práticas dos estudantes habituados a inferiorizar os ingressantes. Há de se notar que em tal festa os ingressantes são caracterizados de diversas fantasias – as quais muitas representam estereótipos que perpetuam preconceitos relacionados à sexualidade, gênero, raça etc.
A problemática começa com o nome, “Libertação”, que remete a concepção de libertar um sujeito considerado inferior, ou seja, o “bixo”. Nosso repúdio vai de encontro à utilização do “blackface”, que consiste na prática de vestir, caracterizar e pintar a pele com tinta preta, atenuando os traços do corpo negro, criando uma imagem caricata. Historicamente, o blackface teve seu apogeu em 1830-1890, nos Estados Unidos, com as representações estereotipadas de pessoas negras por menestréis brancos. O que significa, para o negro, um blackface? NÃO CONSIDERAMOS UMA HOMENAGEM. É uma representação que não só desumaniza, mas também torna depreciativa a imagem da população negra. Essa prática como conceito de piada, brincadeira e, neste caso, ainda mais grave, trote, demonstra a estigma aplicada às características físicas do povo negro.
O contato que tivemos com a imagem de duas calouras brancas pintadas de preto, com uma fantasia popularmente conhecida como a “nega maluca” – com direito a peruca black power e uso de bíquini –, reafirma o racismo contido nesse ato, além da hipersexualização da mulher negra de modo satírico e intencionalmente vulgarizado.
Na quarta feira, dia 27/05/2015, nós, do Coletivo Abisogun, colamos cartazes em espaços delimitados para livre divulgação no campus da FCL com dizeres e imagens repudiando o blackface – salientando a problemática dessa prática se dar num espaço comum a nós – no entanto, em instantes eles foram retirados pelos próprios estudantes, silenciando mais uma vez a nossa voz. É importante ressaltar que esse tema é debatido há muito tempo no Movimento Negro, fato que tem se intensificado e ganhado destaque na mídia, devido aos vários casos de blackface que ocorrem em eventos como o próprio carnaval, festas universitárias e até em peças de teatro. Tais atitudes não podem mais passar em BRANCO. Negar esse debate num espaço como a universidade é deslegitimar uma luta que há muito tenta vencer esses processos de estigmatização, racismo e sátira do povo negro.
ATÉ QUANDO NOSSA COR SERÁ MOTIVO DE PIADA?
O Coletivo Abisogun repudia, por meio desta nota, o episódio racista ocorrido no dia 29 de Abril de 2015 na festa universitária Libertação dos Bixos, promovida pelos centros acadêmicos da UNESP - campus de Araraquara. Propomos uma reflexão sobre o assunto:
Essa festa, que não por acaso acontece próximo à data da abolição da escravatura do Brasil, evidencia de maneira gritante as práticas dos estudantes habituados a inferiorizar os ingressantes. Há de se notar que em tal festa os ingressantes são caracterizados de diversas fantasias – as quais muitas representam estereótipos que perpetuam preconceitos relacionados à sexualidade, gênero, raça etc.
A problemática começa com o nome, “Libertação”, que remete a concepção de libertar um sujeito considerado inferior, ou seja, o “bixo”. Nosso repúdio vai de encontro à utilização do “blackface”, que consiste na prática de vestir, caracterizar e pintar a pele com tinta preta, atenuando os traços do corpo negro, criando uma imagem caricata. Historicamente, o blackface teve seu apogeu em 1830-1890, nos Estados Unidos, com as representações estereotipadas de pessoas negras por menestréis brancos. O que significa, para o negro, um blackface? NÃO CONSIDERAMOS UMA HOMENAGEM. É uma representação que não só desumaniza, mas também torna depreciativa a imagem da população negra. Essa prática como conceito de piada, brincadeira e, neste caso, ainda mais grave, trote, demonstra a estigma aplicada às características físicas do povo negro.
O contato que tivemos com a imagem de duas calouras brancas pintadas de preto, com uma fantasia popularmente conhecida como a “nega maluca” – com direito a peruca black power e uso de bíquini –, reafirma o racismo contido nesse ato, além da hipersexualização da mulher negra de modo satírico e intencionalmente vulgarizado.
Na quarta feira, dia 27/05/2015, nós, do Coletivo Abisogun, colamos cartazes em espaços delimitados para livre divulgação no campus da FCL com dizeres e imagens repudiando o blackface – salientando a problemática dessa prática se dar num espaço comum a nós – no entanto, em instantes eles foram retirados pelos próprios estudantes, silenciando mais uma vez a nossa voz. É importante ressaltar que esse tema é debatido há muito tempo no Movimento Negro, fato que tem se intensificado e ganhado destaque na mídia, devido aos vários casos de blackface que ocorrem em eventos como o próprio carnaval, festas universitárias e até em peças de teatro. Tais atitudes não podem mais passar em BRANCO. Negar esse debate num espaço como a universidade é deslegitimar uma luta que há muito tenta vencer esses processos de estigmatização, racismo e sátira do povo negro.
ATÉ QUANDO NOSSA COR SERÁ MOTIVO DE PIADA?
- Auto defesa Negra compartilhou a foto de Coletivo Abisogun.
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